terça-feira, 5 de junho de 2012

Sobre o perdão

Finalmente, tenho aprendido. Perdoar é uma disposição. E se eu quiser ser como Tu és, tenho de aprender a perdoar pronta e rapidamente (Salmo 86.5). Isso não significa que irei esquecer. Como poderia? Mas significa que olharei a pessoa por trás do ato, sempre a pessoa primeiro e não seu ato, até que consiga ver somente a pessoa e ignorar o ato.
Tenho aprendido que minhas emoções não determinam o nível do meu perdão. O que eu perdoei reside no pensamento e na atitude, mesmo que as emoções me traiam. Posso chorar sobre o que aconteceu e sentir pesadamente a dor que me foi infligida, mas não posso voltar atrás na decisão - racional e espiritual - de perdoar.
Tenho aprendido que as memórias tendem a tornar-se mais amenas se eu não focar nelas minha atenção. Posso olhar para o passado sem medo se aprender que ele passou. E se algo se repetir no futuro, terei de renovar minha disposição de seguir olhando adiante. Se é assim que fazes, e dos meus pecados não te lembras, não é porque esqueceste, mas porque te recusas a repensar. Devo fazer o mesmo.
Devo acreditar em mim mesma e também no próximo. Embora alguém possa ferir-me de propósito, devo acreditar que não é assim a maioria das vezes. Que as pessoas simplesmente são frágeis e se equivocam. Que ninguém, de bom grado, ofenderia o outro. E se alguém o faz, é responsabilidade dele sua maldade, não minha. Não posso viver tão prevenida que perca a oportunidade de um encontro genuíno com alguém só porque fui ferida uma vez antes...
Tenho aprendido que quem perdoa é livre. Quem retém o perdão torna-se servo de quem o feriu. Quem perdoa é livre para seguir adiante. Tenho aprendido. Espero poder praticar.

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